
A corrida por novos data centers no Brasil ganhou força. A proposta de incentivos Redata para o setor reduz tributos sobre equipamentos e, ao mesmo tempo, exige metas claras de sustentabilidade. Em outras palavras, além de aliviar o investimento inicial, a política empurra o mercado para energia 100% renovável e maior eficiência no uso de água. Portanto, surge uma janela de competitividade para quem planejar bem localização, energia, conectividade e cronograma.
Além disso, a matriz elétrica brasileira é majoritariamente renovável, o que diferencia o país na hora de descarbonizar operações, inclusive cargas de IA. Consequentemente, operadores globais e nacionais olham para o Brasil com mais atenção, desde hubs de baixa latência até regiões com espaços e custos mais favoráveis.
O que os incentivos mudam na prática
Primeiro, o pacote prevê redução de tributos relevantes no CAPEX de implantação, especialmente nos equipamentos de TIC. Dessa forma, o custo por watt instalado tende a cair, o que encurta o payback. Em seguida, entram as contrapartidas: uso de energia renovável, eficiência hídrica com WUE objetivo, investimentos em pesquisa e desenvolvimento e atendimento mínimo ao mercado local. Como resultado, quem se organiza desde o início cumpre as metas sem atrasar o cronograma.
Em termos de gestão, vale integrar jurídico, engenharia, suprimentos e energia já na fase de site selection. Assim, o dossiê de viabilidade nasce pronto para auditorias, financiadores e aprovações internas.
Pontos práticos a observar:
- Escopo de equipamentos elegíveis e regras de similar nacional.
- Critérios de sustentabilidade (energia limpa, metas de WUE e relatórios).
- Exigências de P&D e de atendimento ao mercado brasileiro.
- Prazos de vigência e marcos de aprovação legislativa.
Onde instalar: proximidade de cabos, energia e talento
Ao escolher a região, dois fatores pesam imediatamente: conectividade e energia. Portanto, considere:
- Baixa latência e interconexão. Hubs próximos a estações de cabos submarinos e a pontos de troca de tráfego reduzem saltos e melhoram rotas internacionais. Consequentemente, aplicações sensíveis a latência — IA, streaming e jogos — se beneficiam de forma direta.
- Disponibilidade e preço da energia. Além da conexão com a rede, avalie a viabilidade de PPAs com fontes renováveis e o perfil climático para estratégias de resfriamento (free cooling indireto, adiabático e contenção térmica).
- Talento e fornecedores. Regiões com mão de obra qualificada, integradores experientes e ecossistema de provedores aceleram implantação e operações.
- Terreno e zoneamento. Em seguida, verifique acesso logístico, subestações, restrições locais e expansões futuras. Assim, você evita surpresas em licenças e ampliações.
Energia renovável: como fechar PPAs sem travar o cronograma
Com os incentivos, energia limpa deixa de ser diferencial e passa a ser obrigatória. Por isso, PPAs corporativos (solar, eólica ou hídrica) garantem previsibilidade de custo por MWh e ajudam no cumprimento de metas ESG. Além disso, arranjos híbridos equilibram geração ao longo do dia e das estações, reduzindo a exposição a variações climáticas.
Checklist rápido de PPA para data centers:
- Curva de carga detalhada (base e picos) por horário e por estação.
- Prazo contratual (10 a 20 anos), com revisões e gatilhos de ajuste.
- Combinação de fontes (por exemplo, solar + eólica) para suavizar variabilidade.
- Margem para resfriamento sazonal no dimensionamento energético.
- Garantias de origem, cláusulas de indisponibilidade e métricas de desempenho.
Dessa forma, o contrato de energia passa a ser um aliado da expansão, e não um entrave.
CAPEX e viabilidade: do custo por watt à eficiência térmica
Uma régua objetiva para comparar projetos é o custo por watt (US$/W) do build. Em praças mais densas, os valores tendem a subir; em contrapartida, regiões emergentes podem oferecer terrenos e obras mais competitivas. Portanto, cada ponto percentual de alívio tributário impacta diretamente o payback e a capacidade de atrair novos clientes.
Em seguida, entram PUE e WUE, que afetam OPEX e sustentabilidade:
- PUE (Power Usage Effectiveness) mede a eficiência energética. Metas de PUE < 1,35 em cargas altas exigem projeto integrado (contenção, elevação de setpoint, recuperação e separação quente/frio).
- WUE (Water Usage Effectiveness) mede uso de água. Em climas úmidos, é crucial escolher estratégias que reduzam evaporação e desperdícios, mantendo a confiabilidade térmica.
Consequentemente, engenharia de resfriamento, seleção de equipamentos e desenho elétrico precisam caminhar juntos desde o anteprojeto.
Tamanho do mercado: por que ainda há espaço para crescer
O Brasil possui um parque de data centers significativo, porém ainda distante de mercados líderes em quantidade de instalações e capacidade total. Além disso, novas demandas — como IA generativa e serviços de baixa latência — ampliam o consumo de energia e a necessidade de interconexão. Portanto, a combinação de incentivos, energia renovável e hubs conectados tende a acelerar novas implantações ao longo dos próximos anos.
Passo a passo 28K para tirar o projeto do papel
- Escolha do local
Analise latência, rotas físicas diversas, cabos, pontos de troca e disponibilidade de energia. Em seguida, verifique zoneamento e licenças. - Cenário tributário
Simule o pacote de incentivos e regimes locais antes de assinar terreno ou lease. Portanto, projete impacto no CAPEX e no cronograma. - Energia renovável
Estruture PPA com garantias de origem e combine fontes para suavizar variações. Além disso, integre metas de PUE e WUE no projeto de cooling. - Conectividade e redes
Planeje redundância de rotas, acordos de interconexão e capacidade para expansão. Dessa forma, o crescimento não fica travado por gargalos de rede. - Governança e compliance
Monte seu dossiê com cronograma, marcos de sustentabilidade, relatórios técnicos e evidências para auditorias. Consequentemente, as etapas avançam sem retrabalho.
FAQ rápido
O pacote de incentivos já vale integralmente?
Como política pública, exige tramitação e marcos de aprovação. Entretanto, seus princípios orientam decisões de CAPEX e desenho de projeto desde já.
Fortaleza é melhor para latência internacional?
Em muitos cenários, sim, pela proximidade a cabos submarinos e pontos de troca regionais. Contudo, praças no Sudeste oferecem densidade de provedores e acesso a grandes mercados consumidores.
Qual referência de custo por watt considerar?
Depende do escopo, da praça e do fit-out. Em geral, praças mais densas apresentam cifra maior; regiões emergentes reduzem custo por terreno e obra. Portanto, simule com e sem incentivos.
Como garantir metas de PUE e WUE?
Integre arquitetura térmica desde o início: contenção, setpoints mais altos, recuperação, adiabático e gestão hídrica. Além disso, monitore continuamente para ajustar operação.
Glossário rápido
- Redata: regime de incentivos voltado a data centers, com redução de tributos e contrapartidas de sustentabilidade e P&D.
- PPA: contrato de compra de energia de longo prazo, usado para assegurar energia renovável estável e previsível.
- PUE (Power Usage Effectiveness): indicador de eficiência energética de data centers.
- WUE (Water Usage Effectiveness): indicador de eficiência hídrica.
- CLS (Cable Landing Station): estação onde cabos submarinos chegam ao continente.
- PIX (Ponto de Troca de Tráfego): infraestrutura de interconexão entre redes.
Conclusão e CTA
O Brasil reúne três ingredientes raros para data centers: incentivos, energia renovável e hubs de baixa latência. Portanto, quem planeja agora sai na frente. A 28K pode ajudar sua empresa a transformar esse plano em realidade — do estudo de localização ao plano de geração de demanda para preencher a capacidade.
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Fonte: CNN Brasil


